O protocolo IPv6 já está sendo testado há bastante tempo, não só por provedores de internet como também por grandes sites e fabricantes de equipamentos de redes. Na semana que vem a fase de testes acaba. Como previsto no início do ano, o dia 6 de junho é a data escolhida para ativar permanentemente o IPv6 em servidores do mundo inteiro, começando a inevitável transição do IPv4. Eis abaixo o que você precisa saber sobre este fatídico dia.

Mudará algo na minha conexão?

Não. O seu modem, roteador, celular com conexão de dados e qualquer outro equipamento de rede um pouco mais antigo não vai suportar o IPv6 já de cara. A menos que a fabricante deixe bem claro, o IPv4 vai ser o padrão no equipamento. Grandes nomes como Cisco e D-Link já fabricam roteadores com suporte ao IPv6 desde o começo do ano e avisam na embalagem sobre o suporte, mas a quantidade de modelos ainda é pequena – veja a lista da D-Link e a lista da Cisco.

Fato é que o IPv4 vai estar presente por anos a fio após a adoção completa do IPv6. Haverá um dia em que os provedores vão ter que inevitavelmente vender conexões com IPv6 se quiserem continuar conquistando clientes, mas esse dia ainda está um pouco distante. E os primeiros provedores que passarão por isso serão os asiáticos, visto o tamanho crescente de usuários na região.

Também já existem os apressados early-adopters que já estão usando o IPv6 por meio de um tunnel broker, que emula um endereço com esse protocolo em cima do IPv4. Esses poderão ver alguma vantagem na transição, já que os sites ficarão com o protocolo permanentemente ligado. Nenhum provedor de internet no mundo está comercializando ainda as conexões com IPv6, visto que ainda existem IPv4 para distribuir. Mas com o esgotamento do protocolo antigo, essa realidade fica cada vez mais perto.


O que eu vou conseguir acessar com IPv6? Dentre os sites que ativarão permanentemente o protocolo estão o Google, Facebook, Netflix, YouTube, Yahoo e diversos da Mozilla e da Microsoft. Não há muita surpresa aí, visto que o tamanho das empresas por trás desses sites praticamente as obriga a suportar o protocolo desde o lançamento – afinal de contas, se você não puder acessar o Google ou Facebook com IPv6, qual a utilidade de tê-lo né?

Existe algum provedor brasileiro na brincadeira? Aqui no Brasil, talvez por não ter preparado sua infraestrutura ainda, nenhum provedor de internet quis participar do lançamento – embora as redes da UNESP e o PoP de SP da RNP estejam listadas como participantes. Mas entre os portais que devem ativar o protocolo no próximo dia 6 temos o Terra, NIC.br, Registro.br e o site de várias universidades federais e estaduais (confira a lista completa).

Quais as vantagens de usar o IPv6 então? Agora, neste exato momento, nenhuma. Se você decidir usar apenas IPv6 (o que não é exatamente muito fácil), terá acesso a menos sites do que com IPv4 pois nem todos já implementaram o suporte ao novo protocolo ainda. Um usuário com o IPv6 apenas não pode nativamente acessar um servidor com IPv4 apenas (e vice-versa), eles não são protocolos retrocompatíveis. Existem várias propostas para ativar essa interoperabilidade, mas elas ainda estão sendo discutidas.

Quando o IPv6 já for amplamente adotado, cada dispositivo na internet terá seu endereço único, o que permitirá que eles sejam acessados diretamente sem a necessidade de um roteador comandando – ele só será necessário para ligar os dispositivos à web. Fora isso, a quantidade de números IPv6 disponíveis é enorme, comparado com o IPv4 – são 340 undecilhões de endereços, ou 340 seguido de 36 zeros. Então a principal vantagem é que não será necessário trocar novamente de protocolo por um longo, longo tempo.

Fonte: CorpTV

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